Fator loucura.
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Não se engane
Toda essa civilidade não te fez outro
Você é o mesmo, a mesma 'coisa'
Um casulo de instintos traiçoeiros
Anestesiados...
Domado lentamente desde o berço
Adestrado todos os dias pelas regras do convívio
Orientado, castigado, condenado a se ajustar.
Você é um produto
Carente de coisas, artefatos, mecanismos, próteses
Limitado a este espaço
Confinado por essa ordem
Contornado pelo tempo
Contratado para servir
Só mais uma engrenagem lubrificada por ilusões
Um número dentro do sistema.
Então não se espante
Se a loucura te rasgar por dentro e te virar do avesso
Expondo a desnutrição do seu espírito cansado de ser silêncio...
Não se espante se no fundo do espelho surgir um monstro
Cheio de coragem e com fome de liberdade
Te fazer cuspir no mundo os escarros da sua angústia
É o fator loucura.
Ele existe
Ele está aí dentro
Vivendo em você do mesmo modo que você vive aqui fora
Limitado, confinado, contornado...
É a parte de você renunciada
O fermento da sua crítica
O alimento da sua inveja
O complemento do seu orgulho
O pavimento do seu ego
O juiz da sua vaidade...
O fator loucura é a boca que te morde de ciúmes
O veneno que percorre as suas veias
É a quimera do seu íntimo enjaulada pela moral dessa novela
Que chamamos de vida.
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